No cumprimento da tradição, o Grupo BTT à nossa maneira faz a Abertura oficial da Época na Semana Santa.
Assim se partiu para mais uma expedição na descoberta de novos trilhos, novas culturas e novos sabores. E desta vez o local escolhido foi a Vila de Belver, alcandorada na margem direita do Rio Tejo, ali onde se entrecruzam os limites do Ribatejo, Beira Baixa e Alto Alentejo.
Como diz a lenda lá para os lados de Belver. Que a princesa subiu à torre do castelo e disse para seu pai: mas que lindo belo ver. E daí o nome desta vila tão bonita.Voltando ao passeio, assistiu-se a uma adesão em massa, com algumas estreias, estabelecendo-se, naquela data, um recorde de participantes, tanto de betetistas como de acompanhantes. A ausência mais notada foi a da Ana Campos, que era desde o dia 16 uma babosa mãe. Nascera a Cláudia, o mais jovem elemento do Grupo. Mas o Papá Vitor apareceu para fazer o passeio.
O entusiasmo era tanto, que alguns dos participantes se muniram de equipamentos de tecnologia de ponta(GPS) e de novas bikes; os primeiros mostraram-se pouco fiáveis pois enganaram os veículos, levando-os por maus caminhos provocando enjoos aos passageiros; quanto às bikes refere-se, a título de curiosidade, que alguns participantes se deslocaram às lojas da especialidade para adquirirem um simples pneu e, saíram montados em grandes máquinas.
A acomodação dos participantes fez-se na Casa do Covão da Abitureira, implantada junto à Estação do Caminho de Ferro e com acesso directo ao rio. Este edifício foi, em tempos, uma fábrica de alpargatas e é explorada por um simpático casal de nacionalidade italiana. Dado o número de participantes é evidente que a Casa ficou, quase exclusivamente, por nossa conta.
Quando o dia já esmorecia por detrás dos montes e com a maioria dos elementos já instalada, rumou-se ao Gavião, vila sita na margem esquerda, para aí procedermos à primeira degustação do passeio.
O restaurante escolhido e já, devidamente, reservado pela organização, foi "O Dente Leve". Parecia ser um daqueles restaurantezinhos da província que não prometia nada de especial mas, oh meus amigos vou-vos contar: a comidinha, retintamente alentejana, estava óptima, o vinho não se ficou atrás e o ambiente esteve a condizer. Já depois dos doces e dos cafés fomos obsequiados pelo proprietário, um alentejano dos quatro costados, com um digestivo de beber e chorar por mais.
Bem comidos, bem bebidos, bem conversados e porque o dia seguinte se adivinhava duro, entendeu-se ser melhor iniciarmos o regresso a Belver e entregarmo-nos nos braços de Morfeu. O que não foi geral, pois um pequeno grupo resolveu fazer uma aproximação nocturna à vila e não resistindo aos belos trinados de um castrato, que actuava num dos bares, ainda se deleitou com umas quantas minis.
A sexta-feira acordou com algumas névoas que pairavam sobre o rio, mas depressa as mesmas se dissiparam e o Sol brilhou, prometendo uma temperatura boa para o esforço a que iríamos estar sujeitos. E assim, após um lauto desjejum e já com os elementos do grupo que chegaram logo de manhã, se iniciou a aventura.
A fila longa de participantes matizava a margem esquerda do Rio Tejo, num belo percurso feito por um passadiço de madeira, que nos oferecia uma paisagem estonteante de água, verde e de toda a encosta sul de Belver. Por aí alcançou-se a Praia Fluvial do Alamal, onde nos foi possível fazer o primeiro reforço com um reconfortante café; teria sido difícil, sem aquela cafeína, termos ultrapassado o obstáculo seguinte: uma íngreme, serpenteante e longa subida numa montanha que fez lembrar os Alpes. Esfalfados mas triunfantes alcançámos o topo e a partir daí, já em compacto pelotão, rolámos por vales e montes, com pequenas paragens para reposição das energias.
As horas e os quilómetros foram-se acumulando e era tempo de aprazar um reforço alimentar digno desse nome. Contactada a maravilhosa equipa de Staff, foi acordado o jardim do Gavião. Como a fominha apertava assistiu-se a um pedalar mais vigoroso rumo ao local; aí as expectativas não foram goradas – os pitéus estavam deliciosos, as minis fresquinhas e os tintos também não destoaram. Mais uma cabal demonstração de eficácia da nossa equipa de apoio.
Repostas as energias e com os corpinho já mais folgados, encetou-se o regresso a Belver mas sem antes se passar pelo Dente Leve, para um café e mais daquele digestivo exclusivo.
Através de mais alguns montes e alguns vales se completou o percurso. Quem ainda se sentia com forças aproveitou para subir ao altaneiro Castelo e dai desfrutar da magnífica paisagem. Os outros dirigiram-se à Casa onde iniciaram o desbaste de minis e acepipes, que nunca faltam nestas (e noutras) ocasiões.
Importava agora preparar a etapa seguinte, que também se previa dura, e para isso todos se foram reconfortar com um merecido banho quente. Já tudo reunido e com óptimo aspecto – essa é uma das características do grupo, modéstia à parte – rumou-se à povoação de Ortiga.
Aí o objectivo era o restaurante “O Kabras”, especialista em peixe do rio; não nos fizemos rogados e as fataças e as iroses, vulgo enguias, foram as grandes vítimas. Claro que os amantes dos vinhos também não deixaram os seus créditos por bocas alheias. Como é nosso apanágio, para além de se comer e beber bem, também se confraternizou imenso. A noite avançava e como alguns elementos tinham de regressar a casa, fizeram-se as despedidas. Os que ficavam mais uma noite aproveitaram para uma visita nocturna à Barragem do Belver – aproveitamento hidroeléctrico, e onde se ensaiaram algumas brincadeiras nas jangadas; houve quem não resistisse aos balanços e tivesse rejeitado o jantar – o que sempre se lamenta dado que o comer está pela hora da morte.
Chegados à Casa ainda houve espaço disponível para alocar mais umas minis, acompanhadas dos indissociáveis tremoços e amendoins que alguém nunca esquece.
A manhã seguinte foi parca em acontecimentos – carregaram-se as bikes, fez-se o desjejum, procedeu-se às sempre dolorosas despedidas e às promessas de novas aventuras. Alguns ainda passaram por Constânçia mas a chuva não ajudava; a convite do tenente-coronel fez-se uma visita guiada à Escola Prática de Engenharia. Foi nesse dia que começou a germinar uma ideia…
4 comentários:
Ora aqui temos um excelente relato completo deste belo passeio pela linda e atractiva Vila de Belver de onde todos temos belas recordações certamente.
“O kabras” com as belas fataças de se comer e chorar por mais, para quem gosta claro e as belas das enguias numa noite bem fria que estava aquecida pelo bom ambiente do nosso grupo “e as minis claro”-imprescindíveis.
Belver foi um belo passeio do nosso Grupo. O alojamento era estrondoso, junto ao rio tejo com uma vista magnifica, que provocou sensações maravilhosas na ida à varanda após o despertar. Os dois restaurantes revelaram-se uma escolha bastante acertada, ainda hoje me lembro da açorda do "Dente Leve" e da magnifica decoração do "Kabras". O Passeio de Btt, e apesar da fraca qualidade da carta conseguida pelo Luís, foi muito bom e variado, com um começo espectacular pelo passadiço junto ao rio e até à praia do Alamal. Gostei muito e mais uma vez o convívio foi 5 estrelas.
Olá Amigos,
Este passeio foi magifico em todos os aspectos. Desde a componente desportiva, gastronómica, turistica e também o excelente convivio que mais uma vez enriqueceu aìnda mais a grande amizade que existe entre todos.
Muitos Parabéns e muito obrigado a todos por estes excelentes momentos.
João e Susete
Que mais dizer?
A descrição está fantástica.
Temos escritor...
Beijos para todos.
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